Acordo com o telemóvel a tocar, é a Joana.
Joana: Então miúda? Ainda estavas a dormir?
Agora vai ter que levar com o meu enorme mau humor.
Marta: Não Joana, estava a treinar para morrer.
Joana: Anda lá, deixa de ser estúpida.
Marta: O que queres para me acordares a estas horas? E despacha-te que quero dormir mais.
Enquanto converso com a Joana, vou para a sala e vejo em cima da mesa um envelope que diz: "De: Daniel; Para: Marta". Fico perplexa, porque será que me deixou uma carta em vez de fazer um simples telefonema? Peço à Joana que me dê 5 minutos, pego nela e começo a ler:
"Marta, meu amor, quando acordares e leres esta carta provavelmente já irei estar um pouco longe daqui. Não te quis contar nada ontem, não fui capaz de o fazer. Sou um cobarde, merecias a minha sinceridade acima de tudo, mas não consegui, iria desfazer-me em lágrimas e não queria que me visses chorar.
Desculpa...
Os meus pais acabaram de assinar os papéis do divórcio e finalmente vão seguir as suas vidas. A minha mãe já pouco tempo passou por cá, era mais para acabar de tratar das coisas e para eu me decidir se iria com ela ou ficaria com o me pai. Quando apareceste na minha vida, já tinha tomado a minha decisão. Viver com a minha mãe! Nunca te consegui contar, és demasiado especial para mim e não te quero perder. Por isso, nunca ter assumido uma relação contigo...
Espero que um dia me perdoes por te estar a fazer isto, nunca te esqueças do que passámos juntos e que gosto imenso de ti. Podemos nos ir vendo quando for visitar o meu pai e podes cá vir de férias sempre que quiseres, tenho as portas abertas para ti. És uma pessoa muito importante na minha vida, serei sempre o teu Daniel e tu a minha Marta."
Choro compulsivamente, não acredito que isto me esteja a acontecer. Como é que o Daniel foi capaz de me fazer isto? Como é que conseguiu gozar com a minha cara desta maneira? Vou ligar à Joana para vir cá a casa.
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