quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

noites..


a noite cai, deito-me na cama a ouvir a chuva, tento adormecer mas a cabeça começa a andar a mil. oiço música para que os pensamentos parem, só piora. dou voltas e mais voltas, a cama torna-se pequena para tanta agitação. porque são as noites assim? vividas de lembranças, de recordações, de memórias, de saudade... e eu sei que não é só comigo. mas para mim são desesperantes... falta alguém a quem ligar e ficar a falar até adormecer... falta alguém que mande aquela mensagem especial e ajude a acalmar toda a agitação, todo o pesadelo que as noites são. mil e uma coisas me vagueiam no pensamento, algumas até que já foram enterradas e deixadas para trás. afinal, qual é o efeito que a noite tem que me deixa assim? a mim e a mais umas tantas pessoas...
é nestes momentos que me sinto mais sozinha que nunca, e é isso que torna as noites ainda mais horríveis. continuo às voltas na cama, tento encontrar algo para fazer, mas o quê? pego na caneta e no caderno, desabafo mais uma vez com ele. nele está depositado tudo aquilo que não consigo dizer a ninguém, e que posso garantir, nunca ninguém irá ler! são estas noites assim que me trazem inspiração, pois como já alguém dizia: "tristeza faz arte". a escrita não me acalma estas terríveis noites, mas ajuda a passá-las. ajuda-me sim, a engolir muitas vezes o orgulho e a chorar, sem que ninguém saiba. só eu e o papel...
a chuva já parou, oiço agora as árvores dançarem com o vento. e eu tento esquecer tudo e dormir, eu bem tento... e eu bem sei que este é só mais um momento, em que vou ter que ser mais forte... oiço música novamente, aconchego-me nos lençóis quentinhos. abstraio-me das palavras, para que não tenham qualquer efeito em mim. deixo-as livres e soltas, para que não me atormentem. os pensamentos desvanecem aos poucos, vão voando ao som de uma leve melodia. o coração acalma-se, bate devagar, retoma o seu ritmo.
fecho os olhos e adormeço.

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