segunda-feira, 25 de novembro de 2013

E agora?!


Sinto-me mal. Sinto que faço tudo e nada resulta. Perguntas-me o que podes fazer, directa ou indirectamente já to disse milhares de vezes. Já sabia que vocês rapazes são complicados, o que não sabia ainda é que alguns são um pouco para o "burrinhos". No início foi tudo muito bonito, comecei por me dedicar a ti, tu também te dedicavas a mim a 100%, de corpo e alma. Agora eu continuo a fazê-lo e tu decidiste deixar tudo para trás. É por isso que cada vez crio mais barreiras e não permito que mais pessoas entrem na minha vida. Mais tarde ou mais cedo elas acabam por partir e sou eu que acabo por sofrer com isso. Então diz-me, achas que posso andar aos pulos, toda feliz da vida com a situação que estamos a viver? Em modo de "queixa" dizes muitas vezes que te falo mal, perguntas o que se passa e eu já nem te quero dizer nada. Muitas das vezes meto o telemóvel de lado, penso na resposta que te hei-de dar e controlo-me para que as lágrimas não caiam. É isso que me custa, não chorar! Mas não o quero fazer, porque sei que quando for fraca e isso acontecer vai ser difícil parar e, provavelmente será para desistir. E eu não quero desistir.. eu quero lutar. Por ti, por mim, por nós.. eu quero que dê certo. Mas sinto-me com cada vez menos forças e tu não percebes.. nem sequer tempo para mim tens. É duro, muito duro.. mas sabes, Deus sabe o que faz.

domingo, 24 de novembro de 2013

Lutar vale a pena!


Todos sem excepção passamos por aquelas fases em que nada faz sentido na nossa vida e queremos desistir de tudo, verdade ou mentira? Custa e demora algum tempo até conseguirmos ver as coisas com outros olhos e arranjar objectivos a que nos agarremos para termos novos motivos para lutar, viver e sentirmos-nos felizes por os conseguirmos alcançar. Verdade, não é? Porém, e por mais apoio que vamos recebendo, cabe a nós próprios encontrar "aquela" força dentro de nós. Só nós próprios é que podemos levantar a cabeça, descruzar os braços e começar uma nova batalha. É difícil, eu sei que é. Ninguém disse que a vida seria fácil, que seria um mar de rosas. Se assim fosse teria alguma piada? Dá gosto lutar pelo que queremos, porque no final quando alcançamos o objectivo pretendido sentimos uma alegria imensa, tão inexplicável. Eu também passei por essas fases, ao longo de 4 anos foram muito os momentos em que quis desistir, fechar-me e estar sozinha comigo própria. Valeu de alguma coisa? Fez-me crescer, a dor, bem ou mal, faz-os crescer sempre. Hoje estou aqui, prestes a alcançar um dos meus grandes objectivos e a lutar por novos que a minha cabeça automaticamente desencadeou. Dou este conselho a todos que a determinado momento pensam pôr termo à vida: não desistam, lutem, tracem objectivos e lutem por eles. Vão ver que a partir daí tudo terá um novo sabor, um novo gosto e que cada batalha ou cada vitória travada será um novo motivo de grande felicidade para vocês próprios!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

sad .


Quero adormecer, mas para não acordar mais. Fechar os olhos e não ter quaisquer recordações. Por mais que tente olhar em frente o que preciso para ser feliz reside no passado. Haverá alguma maneira de lá voltar? E de parar o tempo nesse exacto momento... para que nada passe, para que nada acabe? Os sonhos já pus de parte, não vejo maneira de alguma vez os conseguir realizar. Não tenho vontade alguma de lutar, estou sem forças e tentar mostrar o contrário é um esforço enorme. Já nem falo de sorrir, porque isso de sair à rua e mostrar um sorriso a toda a gente dói. Não é só a dor que causa, é uma falsidade para comigo mesma. É convencer-me que sim, eu estou bem. É convencer-me que tudo vai ficar bem. Quando o meu coração me sussurra que nada disso é verdade. Quando nos meus olhos caem lágrimas que me relembram o motivo de estar assim.  Pensar que há poucos meses atrás estava feliz, que me sentia realizada e cheia de força, de tal maneira que nada me podia derrubar, deixa-me ainda pior. É uma frustração e raiva de mim mesma que ninguém consegue imaginar. Apetece-me voltar a pegar no meu x-acto, para que ele me traga de volta a dor física mas me tire a do coração. E as cicatrizes? Não quero saber delas, as que trago dentro de mim são bem piores e ninguém se importa com elas. Quando vêem as marcas no meu braço e me perguntam porque o fiz, não pensam sequer no que estão a remexer. Tudo cá dentro implora para que se deixem de perguntas, abracem-me apenas! Por vezes um gesto vale mais que mil palavras. E por muitas palavras que escreva, nunca ninguém irá compreender o que se passa comigo e a falta que ele me faz. Se sou feliz ou sei sorrir? Não sou uma coisa, nem sei fazer outra. Neste momento, sei apenas sorrir para que todos acreditem que estou bem. E as lágrimas, continuam a cair...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

esta falta de ti..


Desde que nos separámos que me refugiu um pouco do que mais gosto de fazer, escrever. Porque não quero chorar, não mais do que tenho feito nos últimos dias. Pensei que estava realmente a ser forte o suficiente, mas enganei-me... As lágrimas caem com uma lembrança, com uma frase, uma música (...) por todas as razões e mais algumas. E à noite... à noite quando me deito a almofada é a minha melhor amiga. É a ela que me agarro todos os dias, abafa o meu choro e suporta as minhas lágrimas. Não queria estar a ser fraca, mas também não consigo ser forte. Eras tudo para mim, deixaste-me sem nada e se não voltares, este vazio vai continuar a existir. É assim que me sinto, vazia, incompleta, destroçada... É difícil explicar como se pode sentir tanto por uma pessoa. Pensei que fosse recíproco, sabes?
Por esta altura as lágrimas já me caem cara abaixo, todas as lembranças e memórias se tornam mais nítidas quando me recordo de ti. Quando estou perto de alguém e quero chorar, torna-se tão complicado controlar-me. Não quero que me vejam assim, fraca... Por isso, ponho a minha máscara quando saiu à rua ou não estou sozinha. Assim acreditam que estou feliz e nada se passa... Mas ser forte cansa. E é a merda mais difícil de sempre. Já passei muito na vida sim, com a tua chegada muita coisa se completou e cheguei mesmo a acreditar que seria para sempre, que nada podia estragar a nossa felicidade e separar-nos. Uma vez mais enganei-me... Agora rezo todas as noites para que voltes, peço para que acorde e tenha uma mensagem tua a pedir que volte... O mais provável é isso nunca chegar a acontecer, mas deixa-me acreditar que sim. Já que não consigo depositar tudo o que depositei em ti em mais ninguém, deixa-me acreditar. E sempre que me perguntarem quem é a pessoa que mais amo, vou continuar a dizer o teu nome. Porque ou és tu, ou mais ninguém...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

volta mickey...


As noites voltaram a ser uma tortura, os dias parecem intermináveis. A dor tento esconder, convencer-me a mim própria de que tudo está bem tem sido o maior desafio das últimas semanas. Mas o dia está a aproximar-se, e aceitar que tudo terminou assim, é terrível. Não imaginas o quanto me custa olhar o telemóvel milhares de vezes por dia e não ver o teu nome, não ter as tuas palavras. O quanto me custa pensar nestes últimos meses e perceber que estão a ir-se, com o soprar do vento.. as promessas, os planos e os sonhos a dois, foi tudo tão real. Agora apenas sonho com isso. As lembranças chegam com o cair da noite, e com elas as lágrimas. Mas porquê? É a grande interrogação da minha vida neste momento. E só tu me podes responder a isso. Tu que me deixaste assim, do dia para a noite. Sem me preparares, sem esperar  que fosse acontecer. Tu, que prometeste nunca me abandonar, que prometeste um sempre... tu, que és o grande amor da minha vida. Será que voltas? Quero tanto. Ter-te aqui.. sentir o teu cheiro, o teu toque, o teu olhar no meu, os nossos corpos juntos num só. Porquê Mickey? Olha... o 26 é nosso, e o meu coração sempre teu!

sábado, 18 de maio de 2013

Garantido? Não.



Aprendi a não tomar nada por garantido. Porquê? Porque a lua rouba o lugar ao sol tão depressa quanto o sol lhe rouba o lugar a ela também. Porque a vida é uma incerteza, e se hoje estás bem, amanhã não sabes como estarás. Porque o mar tão depressa está calmo, como tão depressa nem sequer lá podes entrar. Porque tu, prometeste-me um "sempre", prometeste nunca me abandonar e agora, onde estás? Não te olho, não sinto o teu cheiro, não oiço a tua voz.. é, estás a ir-te embora por entre os meus dedos e eu, não consigo fechá-los de forma a te agarrar e que fiques. Por isso, aprendi esta lição. A única coisa que tomo por garantida, é a morte. Pois dessa, ninguém se livra!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

26 ∞


Acho que finalmente consegui tomar a minha decisão. Ou pelo menos é o que penso. A verdade é que nos últimos dias a minha cabeça tem andado num turbilhão e a acompanhá-la está o coração. Esse, coitado, além de confuso está magoado, triste, partido, perdido... Não preciso de dizer porquê, pois não? Lutei durante tanto tempo, dei tudo de mim para agora ver-te a fugires-me da palma da mão, por entre os dedos... custa muito, sabias? Eu errei, tu erraste, perdoaste-me muitas coisas, mas eu ainda te perdoei mais a ti. Deixei tudo e todos... Arrependida? Não estou nem um bocadinho. Faria tudo igual como até aqui. E tu? Como vais neste momento? O que estás a sentir? Será que também sentes a minha falta? Por mais que tente não consigo compreender como mudaste do dia para a noite. Depois de tantas conversas, acreditei que tudo fosse mudar. Que não irias continuar distante, ias estar mais perto. Mas acreditei mal... pelo contrário, afastaste-te ainda mais. Já não és o meu Mi... não penses que estou bem e que é fácil tomar esta decisão. São noites sem dormir, não por insónias, mas por saudades tuas. São lágrimas que caem, não por estares longe, mas por te amar e não querer ficar sem ti. São sonhos que se estão a desvanecer, sou eu que me estou a deixar perder. Mas, sabes... és a pessoa que mais amo. Espero que voltes, e que voltes rápido. Espero que o 26 renasça e nada o mate. "Nunca ouviste dizer que o que é verdadeiro nunca morre? Então o 26 nunca irá morrer". Vou esperar sempre por ti, até à última batida do meu coração. AMO-TE , Mi...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

eleven years


Faz hoje precisamente 11 anos que vi a minha infância perder-se, para me tornar (por obrigação) adulta. Não sei o que senti naquele momento, fiquei estática, apenas fazia aquilo que me mandavam fazer. Olhava para a minha mãe desfeita em lágrimas e questionava-me sobre o que lhe estariam a dizer. Senti uma picada, "se quiseres chorar, podes chorar", ecoaram estas palavras na minha cabeça. Automaticamente comecei a chorar, queria entender tudo o que se passava e porque razão estava eu ali, sem puder seguir a minha rotina normal da escola e brincadeira. Chegou o momento em que começaram a explicar-me o que estava a acontecer, mas não conseguia entender. Era tudo muito estranho, os nomes, as coisas a fazer.. mudaram-me para um sítio um pouco mais acolhedor, com crianças da minha idade e com coisas mais e menos graves que a minha. Uma semana e um grande inferno. se não aprendesse, então não sairia de lá tão depressa. Foquei-me nisso, sair rapidamente daquele local ruim e triste. Aprendi muitas coisas, chorei muitas vezes, interroguei-me outras tantas porque me calhou a mim. Mas ao fim de uma semana, regressei a casa. Estava feliz, mas algo em mim não estava bem. Já tinha percebido que tinha algo em mim para a vida inteira. A partir daí, muitas mais complicações.. e ninguém imagina o inferno que é um dia e mais outro. Mas, acima de tudo, tenho um enorme orgulho em mim própria! ao fim de 11 anos estou aqui, viva! Obrigada Deus, por me protegeres deste mal.

sábado, 27 de abril de 2013

Bullshit.


Quando caminhas mas de repente deixas de sentir o chão, ele desaba, o mundo cai-te em cima. Quem amas, não está do teu lado.. pior ainda, não percebe como te sentes ou finge apenas não perceber. Os teus sorrisos começam a ser cada vez mais escassos e a cada momento as lágrimas são mais intensas.. Queres fugir, desaparecer. O teu coração diz-te que ninguém sentiria a tua falta, e tu própria admites isso. Mas o que hás-de fazer quando, para ti, a vida deixa de ter sentido?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

twentysix ♥


Imagina lá uma tarde de verão, muito calor e tu a morrer de sede. Agora, imagina nessa mesma tarde não teres para beber água, sumo ou outra coisa que ta possa matar... como te sentirias? Sabes, eu sinto-me assim sem ti... e é complicado, não penses que estou feliz. Uma das coisas que tenho aprendido é a inventar sorrisos, modéstia à parte, até o faço muito bem. Talvez por isso ninguém perceba que já não estamos juntos e que eu estou a morrer por dentro. As lágrimas foram muitas na hora do ponto final, sorte ou não, o comboio levava pouca gente e chorei, toda eu tremi e o coração... esse explodiu. Questionei-me vezes sem conta, não encontrei respostas e as lágrimas... essas por mais que as limpasse voltavam a cair insistentemente. Imaginas o que me passou pela cabeça naquele momento? Talvez não, porque nem sequer te importaste como estaria. O certo é que estava ali mesmo, dentro de um comboio e pouco depois já estaria fora dele e com uma estação praticamente vazia. Perdi a minha "vida", que sentido tem continuar aqui, neste mundo? Não me sais da cabeça de maneira nenhuma, e estes dias sem uma única palavra tua, são uma tortura. Mas porque me deixaste assim? Porque deixaste de lado o "nós" e quebraste todas as promessas? Sabes, todos os dias me vou abaixo mais um pouco e a única maneira que vejo de me voltar a erguer, é ter-te comigo novamente. Voltarmos a ser "nós", lutarmos e desta vez vencermos. Isso está longe de acontecer, tenho a noção disso e mata-me, mata-me saber que te foste embora com toda a bagagem. Foste tu quem me deu força e motivação durante todos estes meses, mesmo quando tinha vontade de baixar os braços e abandonar a batalha estavas lá e dizias-me: "calma amor, eu estou aqui". Essas palavras fazem-me falta... faz-me falta uma mensagem pela manhã para melhorar o meu dia e outra que me faça dormir descansada. Ajuda-me... ensinaste-me a amar-te, a ser feliz contigo, a ter coragem e fé (...) ensinaste-me tudo. Mas esqueceste-te uma coisa: nunca me ensinaste a viver sem ti...

sábado, 9 de março de 2013

Distância, sua grande merda!


Esta distância dói cada vez mais. Quanto tempo ainda falta? Quanto mais tenho que esperar? Custa querer abraçar-te e não puder, querer beijar-te e não puder, querer ficar agarrada a ti no silêncio e ouvir o bater sincronizado dos nossos corações e não puder... Custa tanto querer ter e não puder. O nosso amor é mais forte que tudo, somos o exemplo que um amor à distância é verdadeiro e pode durar. Aqui estamos nós, ao fim de um ano e uns meses, com uma relação que caminha para os 4 meses, com planos a dois, com um futuro e uma vida de casal. Inveja existe muita, algo que não nos derruba. Sim, nada nos separa! Orgulho-me de ti, de mim, mas sobretudo de nós. A distância é o nosso maior problema, mas que perto está de ser resolvido. Contigo tenho crescido e aprendido muitas coisas. Como ontem me disseste: "melhoraste a minha vida, tornaste-me uma pessoa melhor", também isso aconteceu comigo. Não sei qual é o efeito que tens em mim, algo demasiado forte tenho a certeza. Pois ninguém consegue fazer o que tu fazes. Tens um dom, um dom muito especial. Uma mensagem tua basta para me fazer sorrir, mesmo quando choro e não consigo parar. Já tantas vezes o fizeste, não sabias disto, pois não? Vais ficar chateado quando souberes. É das tais coisas que não quero dizer porque não te quero preocupar. No fundo sei que me compreendes, é por isso que te amo cada vez mais. Entre outras coisas, é certo.. Outra delas, é facto de acalmares o meu coração quando está prestes a explodir. Obrigada meu amor, por tudo o que tens feito, por tudo o que tens sido e por permaneceres perto de mim mesmo com tantos quilómetros entre nós. O nosso dia está a chegar, a partir desse momento não vamos mais separar-nos. I believe 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Avô *


cada vez que me lembro de ti, choro. todas as noites tenho medo de adormecer, por ter ainda mais medo de acordar e receber uma má notícia. cada vez que o telefone toca, o meu coração pára, fico paralisada. que será de mim quando o dia chegar? o meu mundo vai desabar, vou cair no chão e dificilmente me voltarei a levantar. custa-me estar distante de ti, mas também me custa estar perto e ver como estás a sofrer. o teu sorriso, as tuas brincadeiras, a tua alegria, os teus sermões, a tua rabugice, o teu mau feitio.. tudo isso se perdeu nestes 2 anos e tal. tenho saudades de chegar a casa e te ver sentado no quintal, receber o teu "boa tarde" com um sorriso nos lábios. e eu amava tanto o teu sorriso.. ninguém é eterno, mas porquê a ti? tu que estavas sempre disposto a ajudar quem fosse preciso, tu que me educaste e nunca deixaste que nada me faltasse.. quem me vai contar histórias à hora das refeições? sou egoísta, não te posso perder. não suporto essa ideia.. sei que quando partires parte de mim vai partir contigo. sei que apenas irei conseguir entrar em casa por causa da avó. porque também ela vai sofrer muito e precisar de todo o apoio. restamos-lhe nós, dois netos e um filho. e tu avô, és o meu grande orgulho! foste e continuas a ser um homem com "H" grande, com um coração de ouro, com um amor incondicional pelos netos. sei que te custa não nos teres perto de ti todos os dias, a nós também custa. a vida levou um rumo que ninguém esperava. mas uma coisa te posso garantir: vamos sempre amar-te e por mais que nos custe, vamos lembrar-nos de ti sempre com um sorriso no rosto. és grande, avô!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Aprender a amar - Parte IV


Assim que chegámos a casa a mãe enfiou-se na cozinha e eu fui ligar à Débora. Vem cá passar esta noite comigo e amanhã vamos passear por aí. Contei-lhe que desde que pus novamente os pés naquele jardim o Carlos não me sai da cabeça, esperei que me desse algum bom conselho. Mas não, apenas me disse: "Liga-lhe de uma vez por todas", será que ela ainda não entendeu que ele segui com a vida dele? E eu tenho de fazer o mesmo. Tem custado muito, nunca ninguém disse que esquecer um amor seria fácil. Sempre pensei que não iria sofrer de grandes males de amores, pelos vistos enganei-me até ao dia em que o perdi. Enfim...
- Filha, vem aqui por favor. Preciso da tua ajuda.
- Vou já mãe.

Entretemo-nos as duas a preparar o jantar, hoje foi mais "pimpão", afinal a Débora veio jantar connosco. Embora seja presença assídua da casa, não deixa de ser uma convidada.
Correu tudo às mil maravilhas. Quando terminámos, ajudei a mãe a arrumar a cozinha enquanto o meu pai, o meu irmão e a Débora foram agarrar-se à Playstation. Agora vamos as duas beber café e apanhar um pouco de ar. Desta vez é ela que não me parece estar muito bem, por isso, vou aproveitar para lhe perguntar o que se passa e evitar que a mãe fique preocupada também com ela.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Aprender a amar - Parte III


Acordei bem disposta, algo que não acontecia há algumas semanas. Vou dar um passeio com a mãe pelo shopping, ela está a arranjar-se e, por isso, vim até ao jardim em frente da nossa casa. Agora que cá estou arrependo-me. Aqui passei muitos momentos com o Carlos, relembrá-los ainda me custa. Ao contrário do que pensam, ser forte não é pêra doce. Não são só os fracos que erram, que caem e que se magoam. Aos fortes também acontece isso, eles apenas têm uma maneira diferente de lidar com as situações. Espero que a mãe se despache, porque enquanto aqui estiver vou ver o Carlos em cada banco, em cada pedaço de relva...

Acabámos de nos sentar numa mesa no shopping.
- Então meu amor, diz-me lá o que querias falar com a mãe.
- Ai mãe, nem sei por onde começar... Sabes que apesar de me ter erguido e andar melhorzinha ainda amo muito o Carlos e penso imenso nele, não sabes?
- Sim, sei...
- E sabes que ele tem uma namorada nova, não sabes?
- Não, não sei...
- Então, mas sabes que passámos muitos momentos nos jardim em frente à nossa casa e que à pouco enquanto te esperava via-o em cada canto, não sabes?
- Não sei, mas calculo... Onde queres chegar com esta conversa toda?
- Oh mãe, já não sei mais que fazer longe dele. Embora pareça forte, sinto-me cada vez mais fraca. E sei que só tu és capaz de compreender o que se passa comigo e me ajudar.
Comecei a chorar, a mãe não teve outra reacção senão chegar-se mais perto de mim e abraçar-me. Acabou por fazer pior, pois ainda comecei a chorar mais. Foi difícil parar, confesso. Mas a mãe lá me deu alguns conselhos preciosos e conseguiu fazer nascer um sorriso. Sem ela acho que não seria capaz de enfrentar o mundo...
A tarde passou a correr, quando olhamos para o relógio são quase 19h. Corremos para casa, se o pai e o mano chegam sem terem o jantar pronto, há festa da grossa. E nem eu, nem a mãe estamos com paciência para tal.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Feitiço "nunca serás feliz"


Mais uma vez dei por mim fechada no meu quarto escuro, deitada na minha cama vazia, com os fones nos ouvidos, agarrada à minha almofada, a chorar. A chorar tanto como uma criança quando alguém lhe tira o seu brinquedo preferido. Senti o meu mundo desabafar, as lágrimas escorriam-me pela face deixando-a molhada, senti-as por fim nos meus lábios, salgadas... Queria parar, não conseguia. Era quase como se as lágrimas se sincronizassem com a música e caíssem mais e mais. Limpei-as tantas vezes, em vão, voltaram a cair sempre. Pensei muitas vezes: "Foda-se, mas estou aqui a chorar porquê? Tenho que me erguer, sorrir e mostrar a toda a gente o quão forte sou. Pode doer, posso estar a sofrer, posso até estar a morrer. Mas ninguém precisa de saber", voltava a limpar as lágrimas e sentava-me na beira da cama. Mas a música, as lembranças... A maldita música e as terríveis lembranças desabavam com aquela força e aquele positivismo outra vez. Bolas, estou mesmo farta disto! Alguma bruxa me terá visto quando nasci? Como aquelas dos filmes da Disney que lançam aqueles feitiços "impossíveis". Se calhar, alguma saiu de uma história e lançou-me o feitiço de "nunca ser feliz". Já nem digo coisa com coisa, triste vida. Com isto, quero tentar ganhar uma nova força diferente. Que faça com que amanhã não dê comigo novamente no meu quarto escuro, deitada na minha cama vazia, com os fones nos ouvidos e agarrada à minha almofada a chorar.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Aprender a amar - Parte II


Quando a Débora foi embora, fechei-me no meu quarto. Enquanto ela cá estava senti necessidade de chorar, talvez por termos falado do Carlos, mas não consegui fazê-lo em frente a ela. Criei uma espécie de manto protector, não choro e não sofro perto de ninguém. Prefiro fazê-lo sozinha e em silêncio, assim continuam a pensar que sou uma pessoa forte. Apesar de o ser, porque sei mesmo que sou, também eu tenho o meu lado fraco. E esse, não quero que ninguém o conheça! Chorei tanto ou tão pouco, que adormeci. Acordei com o meu irmão a entrar em casa, era quase meia-noite. Os meus pais já estavam deitados, entrei no quarto para lhes dar um beijo e voltei para o meu. Liguei à Débora a agradecer por ter vindo, acordei-a também. Amanhã vou pedir à mãe para irmos passear as duas, temos uma enorme cumplicidade entre nós e, por isso mesmo quero falar com ela sobre o meu "episódio" de hoje. Ela melhor que ninguém sabe ouvir-me e dar-me conselhos. Foi ela que me valeu durante estas semanas todas. Mimou-me, deu-me o ombro para chorar, fez-me rir com as brincadeiras parvas dela e, acima de tudo, ficou sempre do meu lado. Agora vou tentar ouvir ao som da música, não quero pensar no Carlos e muito menos voltar a chorar. Um novo dia se avizinha amanhã.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aprender a amar - Parte I



Hoje é o dia. Decidi finalmente seguir com a minha vida, não posso viver do passado e ficar parada no presente. A Débora é a minha melhor amiga, vem almoçar e passar o dia comigo. Ao fim de umas semanas fechada em casa sem querer receber visitas, liguei-lhe para cá vir. Ela aceitou sem hesitações, afinal afastamos-nos por culpa minha. Avizinha-se um período complicado, mas agora será diferente. Vou ter forças para enfrentar o que der e vier, e os obstáculos não serão mais um problema para mim. Fiquei fechada em casa durante semanas a deprimir por causa do Carlos. O Carlos é o meu ex-namorado, dei-lhe tudo de mim, quando ele me deixou pensei que o meu mundo tinha acabado. Continuo a amá-lo, mas o sentimento fica mais fraco com o passar do tempo. Espero conseguir esquecê-lo, pois pelo que sei tem uma nova namorada. Daqui a uns dias faríamos um ano de namoro, vou abstrair-me disso e espero que ele nem se lembre.


Quando a Débora chegou já tinha tudo pronto, almoçámos e agora viemos até à sala pôr a conversa em dia.
- Estás com um ar diferente, Raquel.
- Claro que estou, depois de tantos dias fechada no quarto a chorar tive que pôr mãos à obra e cuidar novamente de mim.
- Muito bem, gosto dessa atitude. Vá, conta-me lá. O Carlos tem-te dito alguma coisa?
- Temos mesmo que falar dele? Mas não, não me tem dito nada e pelo que sei já namora.
- Desculpa, mas vais ter que me explicar tudo.
Contra a minha vontade lá conversámos durante um bom tempo sobre o Carlos. Até que a Débora percebeu que eu estava a ficar aborrecida e propôs que víssemos um filme.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Stay strong.


Que sentimento é este que me sufoca? Sinto um aperto no peito, bem forte. As lágrimas não caem, e quando o fazem, dificilmente param. Apetece-me pegar numa garrafa de Vodka e bebê-la toda, num só gole, afim de apaziguar esta dor. Mas a bebida só a acalma momentaneamente, então o que faço? As lágrimas não a levam, apesar de a minha máscara a esconder muito bem. Dormir também não surge nenhum efeito, até porque a palavra "dormir" ultimamente não integra o meu dicionário. Sinto-me sem um chão fixo, o meu treme, como se sismos o abalassem constantemente. O dia já não me alegra, prefiro a noite. Calma, sombria, silenciosa... Deixa-me mais triste ainda, mas é dela que preciso. Já não consigo desabafar com ninguém, tornou-se um hábito guardar tudo para mim. Desabafar apenas com o meu cão e a minha almofada. Não me julgam, e ele ainda me dá mimos quando me vê triste. Limpa-me as lágrimas sim, também porque é o único que me vê chorar. Mas que raio de sentimento é este? Não lhe encontro uma definição e muito menos um nome. Faz-me querer largar tudo, caminhar pelo meio da rua, seguir numa estrada sem destino ou regresso marcado. E aqueles que dizem estar sempre ao meu lado e nunca me deixar? Onde estão? Não os vejo comigo, não os sinto. Enfim, um dia pode ser tarde demais. E quando esse dia chegar, espero que ninguém se lamente por não ter estado comigo. Quanto a este sentimento? Vai passar, fui forte até aqui, então nunca o deixarei de ser. Por mais lágrimas que chore, por mais dias que passe deprimida.