sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Aprender a amar - Parte III


Acordei bem disposta, algo que não acontecia há algumas semanas. Vou dar um passeio com a mãe pelo shopping, ela está a arranjar-se e, por isso, vim até ao jardim em frente da nossa casa. Agora que cá estou arrependo-me. Aqui passei muitos momentos com o Carlos, relembrá-los ainda me custa. Ao contrário do que pensam, ser forte não é pêra doce. Não são só os fracos que erram, que caem e que se magoam. Aos fortes também acontece isso, eles apenas têm uma maneira diferente de lidar com as situações. Espero que a mãe se despache, porque enquanto aqui estiver vou ver o Carlos em cada banco, em cada pedaço de relva...

Acabámos de nos sentar numa mesa no shopping.
- Então meu amor, diz-me lá o que querias falar com a mãe.
- Ai mãe, nem sei por onde começar... Sabes que apesar de me ter erguido e andar melhorzinha ainda amo muito o Carlos e penso imenso nele, não sabes?
- Sim, sei...
- E sabes que ele tem uma namorada nova, não sabes?
- Não, não sei...
- Então, mas sabes que passámos muitos momentos nos jardim em frente à nossa casa e que à pouco enquanto te esperava via-o em cada canto, não sabes?
- Não sei, mas calculo... Onde queres chegar com esta conversa toda?
- Oh mãe, já não sei mais que fazer longe dele. Embora pareça forte, sinto-me cada vez mais fraca. E sei que só tu és capaz de compreender o que se passa comigo e me ajudar.
Comecei a chorar, a mãe não teve outra reacção senão chegar-se mais perto de mim e abraçar-me. Acabou por fazer pior, pois ainda comecei a chorar mais. Foi difícil parar, confesso. Mas a mãe lá me deu alguns conselhos preciosos e conseguiu fazer nascer um sorriso. Sem ela acho que não seria capaz de enfrentar o mundo...
A tarde passou a correr, quando olhamos para o relógio são quase 19h. Corremos para casa, se o pai e o mano chegam sem terem o jantar pronto, há festa da grossa. E nem eu, nem a mãe estamos com paciência para tal.

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