terça-feira, 12 de julho de 2011

7 # Carta para o teu ex-namorado/amor

2 anos & 60 dias; a duração da nossa história até hoje. Uma história que já teve muitas vírgulas, desta vez está a ter a maior de todas elas e já não estou a saber como lidar com isto. Já estivemos muito tempo afastados, mas não tanto como agora, não sei viver sem ti, sem o teu simples "Olá"... Entre nós apenas existiram juras, promessas e nunca sequer um beijo aconteceu. Contudo, tudo foi demasiado especial até ao dia em que deixámos de falar.
Entre nós sempre existiu uma cumplicidade bastante forte e um sentimento ainda maior. Por mais que neguemos e voltemos a negar, amamo-nos e a nossa amizade nunca irá acabar. Sempre foste como um irmão, sangue do meu sangue, já foste mais que isso também... Sinceramente gostava de voltar a esses tempos. Em que tudo era tão, mas tão especial... Quando me ligavas e ouvia a tua voz, o teu riso; o meu coração batia a mil à hora. Sempre que estava contigo o nervosismo apoderava-se de mim e só de olhar para ti ficava sem qualquer tipo de reacção. Passava horas e horas a chorar depois de estarmos juntos. Era um misto de sentimentos muito grande, ficavas sempre na minha cabeça, pensava no teu olhar quando se cruzava com o meu, o teu sorriso, as tuas brincadeiras estúpidas que eu amava, a tua triste ideia de me queimar com o cigarro e da minha vontade acrescida de te beijar nesse momento (...) Foram momentos e mais momentos. Tenham sido eles cara-a-cara, por telemóvel ou por internet.
Foi contigo que cresci tanto até hoje, foi contigo que aprendi, caí e voltei a levantar-me. É por ti e somente por ti que dou a minha vida (L)
Mesmo longe, não sais da minha cabeça e muito menos do meu coração.
Amor como o nosso só existiu um: o de Romeu e Julieta.

domingo, 3 de julho de 2011

6 # Carta para um estranho

Meu querido amigo, o que te levou a esta situação miserável? O que me leva a mim à mesma situação que tu?
Vives bem aí onde te encontras? Não consegues dormir todos os dias no mesmo sítio, pois não?
Um noite debaixo de umas arcadas, outra nas escadas de uma estação do metro, outra à porta de uma loja; outra noite e outra noite... Todas elas diferentes, mas no fundo todas elas iguais.
Quando chegar a essa situação, posso ficar sempre do teu lado? Podemos ser o abrigo um do outro?
Há quanto tempo não tomas banho e mudas de roupa? Há quanto tempo não comes uma boa refeição?
A tua família, procura-te? Sabe da situação em que te encontras? E se quiserem que voltes, voltas?
Como consegues suportar os olhares de lado e os comentários de nojo? Como consegues suportar a dor quando pedes uma moeda para te alimentares e te recusam?
Pessoas frias, tristes e sem coração... Vais erguer-te, mais cedo ou mais tarde, vais ser o herói aos olhos de todas essas pessoas que até hoje te recusaram uma mão amiga.
Meu querido, grande e pobre amigo, dá-me a mão para te ajudar a sair desse mundo de miséria. Entro para ele também, se assim for preciso...
Não te deixo sozinho na miséria, és humano, tens um grande coração e sentimentos reais. Não quero que faças parte desta paisagem triste de Lisboa, já fizeste parte dela tempo demais.

Meu querido amigo...