sábado, 19 de janeiro de 2013

Aprender a amar - Parte II


Quando a Débora foi embora, fechei-me no meu quarto. Enquanto ela cá estava senti necessidade de chorar, talvez por termos falado do Carlos, mas não consegui fazê-lo em frente a ela. Criei uma espécie de manto protector, não choro e não sofro perto de ninguém. Prefiro fazê-lo sozinha e em silêncio, assim continuam a pensar que sou uma pessoa forte. Apesar de o ser, porque sei mesmo que sou, também eu tenho o meu lado fraco. E esse, não quero que ninguém o conheça! Chorei tanto ou tão pouco, que adormeci. Acordei com o meu irmão a entrar em casa, era quase meia-noite. Os meus pais já estavam deitados, entrei no quarto para lhes dar um beijo e voltei para o meu. Liguei à Débora a agradecer por ter vindo, acordei-a também. Amanhã vou pedir à mãe para irmos passear as duas, temos uma enorme cumplicidade entre nós e, por isso mesmo quero falar com ela sobre o meu "episódio" de hoje. Ela melhor que ninguém sabe ouvir-me e dar-me conselhos. Foi ela que me valeu durante estas semanas todas. Mimou-me, deu-me o ombro para chorar, fez-me rir com as brincadeiras parvas dela e, acima de tudo, ficou sempre do meu lado. Agora vou tentar ouvir ao som da música, não quero pensar no Carlos e muito menos voltar a chorar. Um novo dia se avizinha amanhã.

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