terça-feira, 17 de julho de 2012


Um dia de muito calor, um comboio cheio. Eu, sozinha e de fones nos ouvidos, olhando pela janela a paisagem que se faz perder ao longo do caminho. Desejando que estivesses ali comigo, mordendo os lábios para conter a imensa vontade de chorar. Durou pouco tempo. As lágrimas começaram a percorrer a minha cara, tentei pará-las, não consegui. Na minha cabeça gritava o teu nome, pedia para que voltasses e ficasses comigo. A revolta que se expressava nas lágrimas era cada vez maior. Pessoas olhavam e eu escondia a cara, vergonha, mais um dos sentimentos misturado com tantos outros que iam dentro de mim naquele momento. Uma hora de viagem, a tristeza tornava-se cada vez maior. A vontade de pegar no telemóvel e te dizer algumas palavras, crescia. Controlei-a, deixei-a passar e ir embora. Mais uma estação, o comboio pára. Lá fora um casal de namorados beija-se apaixonadamente. Choro sem parar. Os meus pensamentos levam-me até ao "nós". Lembra como poderia ser eu e tu, ali, apaixonados e felizes. Choro ainda mais. O comboio segue o seu caminho, a minha voz interior pede para que pare e me deixe ali, no meio do nada, para que venhas ter comigo, para finalmente seguirmos o nosso caminho. Aquele que viemos a traçar até há uns dias atrás, e que o meu coração continua a delinear. Finalmente chego ao meu destino, saiu do comboio. Limpo as lágrimas, acendo um cigarro. E tu continuas bem longe de mim...

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