sexta-feira, 23 de setembro de 2016

À Dona Isabel. ☆


Bom dia, Dona Isabel.
Escrevo-lhe mesmo não sabendo quem sou, mas com a esperança que um dia estas palavras cheguem até si, e assim, me conheça minimamente.
Em primeiro lugar, parabéns! Parabéns pela Mulher que é e pelo filho que criou e educou. Obrigada também por o ter posto ao mundo, e a Deus por ter cruzado os nossos caminhos!
Escrevo-lhe e não é de ânimo leve, os olhos molhados começam a deixar-me a visão turva.
Há umas semanas atrás gostava de ter tido a coragem suficiente para a encarar, para a olhar nos olhos e dizer o quanto gosto do seu filho. E não fui capaz.. Ouvi-a a entrar, a deitar e no dia a seguir, a levantar e novamente a sair. E não fui capaz.. Passei a noite praticamente toda a olhar para ele, sabia? É tão lindo, até a dormir.. Deixei-me apreciar o momento, ouvir o som da respiração dele, e o calor do corpo. Sabe, respeitei-o sempre. Fui com a calma que queria, nunca duvidei de nada que me dizia, mas ele magoou-me. Nesse mesmo dia, ele respeitou-me também! Mas, dias a seguir foi um verdadeiro canalha! Tenha calma, fico muito feliz por ele. Embora me custe vê-lo com outra; embora me custe passar as fotografias no meu telemóvel e encontrar as dele; embora me custe tudo o que leia ou todas as músicas que oiço me falarem dele. E sabe, já conheci outras pessoas. E não consigo.. Querem fazer-me feliz e eu não consigo ser. Não consigo confiar, não consigo gostar, não consigo seguir em frente.. E o culpado é ele! Diga-me como é que ele está?!.. Peço-lhe que quando ele estiver mais frágil esteja do lado dele, que quando se sentir mais só, o abrace. E que em todos os carinhos e abraços deixe um pouco de mim, para que ambos sintamos que, mesmo de longe, que, mesmo distantes, o continuo a querer proteger do mundo. Que, apesar de tudo, ele continua a ser o meu mundo! E que por muito que me tente enganar a mim mesma, é por ele que vou continuar a esperar. É ele que vou continuar a procurar em todas as pessoas, é a janela dele que vou continuar a abrir vezes sem conta, na esperança vã de ter um pedido de desculpas, ou, um simples : "deixa-me em paz", "vai à merda". Oh bolas, Dona Isabel!, é tão difícil.
Aquela manhã em que saí daquele carro pela última vez, e foda-se, até o cabrão do carro é lindo!, a última vez que nos beijámos, que nos olhámos nos olhos e que ele me disse: "porta-te bem".. doeu. Ainda dói. Dói cada vez mais. Naquele momento tinha um sentimento estranho e não liguei, e como tanto tinha de estranho, também tinha de certo.
Diga-lhe, por favor, que não consigo esquecer os olhos dele. Que tenho saudades.. Que sinto falta das conversas, do olhar dele em mim, dos lábios dele nos meus, do corpo nu dele junto ao meu, daquele cabelo que aprendi a gostar (...) diga-lhe, por favor, que estarei aqui à espera dele. E que, por favor, nunca me esqueça.
Volto a escrever-lhe em breve.

Um beijo. ♡

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