sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Rejeitada - Parte II


Sinto-me farta de tudo, completamente. Estou farta de ser acusada de coisas que não faço, estou farta que o meu irmão só queira pôr a minha mãe contra mim. E o pior é que consegue mesmo fazê-lo. No fundo já estou habituada, ele sempre foi o menino de ouro e eu a ovelha negra, a merdinha cá da casa. Também me sinto farta que a mãe descarregue tudo em mim. Os dois magoam-me de uma maneira incrível. É quase como se me odiassem, mas não o dissessem por essas palavras. Mas odeia, senão não fariam nem diziam nem metade das coisas que me fazem e me dizem. Para eles sou como um parasita, que é sempre um alvo, é sempre algo que tem que se eliminar. Sou assim para eles, dia após dia ambos me provam isso. Há pior coisa no mundo do que isto? É difícil manter um sorriso na cara, quando o coração está tão magoado que dificilmente se irá recompor alguma vez. Sinceramente, já não sorriu nem riu com vontade há bastante tempo, é tudo falso, tudo! Pensei que desta vez iria ser tudo diferente, mas parece que mais uma vez me enganei. Engano-me sempre, que burra, foda-se! Acho mesmo que nunca irei abrir os olhos e aprender. Mas não faz mal, com tudo o que se tem passado ultimamente cá em casa já tenho a minha decisão quase tomada. Cortar o mal pela raiz! Sim, ando a ganhar coragem e força para acabar de uma vez por todas com tudo. Silenciosamente, para que ninguém perceba. Mas de maneira a que resulte, a que ninguém me possa trazer de volta. Não quero saber que me censurem, que me julguem, o que seja. Quero saber apenas de mim, porque não estou mesmo a aguentar mais viver assim. Sinto-me a morrer aos poucos e poucos, mas porque não acontece de uma vez só? Estou tão farta de sofrer. Pergunto-me todos os dias porque nasci. Porquê a mim? São tantas perguntas, e ninguém me dá uma resposta. Gostava de as saber, mas parece-me que só as vou descobrir um dia, do outro lado da vida, depois da vida.

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