sábado, 3 de novembro de 2012

Rejeitada - Parte III


É triste que as pessoas com quem vivemos não percebam o que se passa dentro de nós, que não percebam que nos magoam de uma maneira tão cruel. São palavras e atitudes! É triste saber que não se é uma pessoa desejada dentro da própria casa. Ser tratada de maneira diferente do outro irmão, ser tratada abaixo de cão. Até porque tratam melhor os animais nesta casa que a mim, que sou uma pessoa, de carne e osso e com sentimentos. Sentimentos tristes e acabados, já não passa disso mesmo. Pergunto-me: como se sentem ao tratar-me assim? Devem sentir-se bem, não mudam isso por mais que os chame à atenção. Nem mesmo quando vêem que me deixam mal. Quando vêem que me farto de chorar e mal durmo por toda esta porcaria que se passa. Sabes o quanto dói ouvir a tua própria mãe chamar-te M E R D A? E o quanto dói ouvires o teu irmão dizer para morreres? Para comprares uma pistola e te matares? Dói bastante, ninguém imagina o quanto. Percebem agora porque me sinto viva num corpo morto? Numa alma morta. Bem que posso ficar durante dias a escrever, ninguém irá perceber como me sinto. Não vão perceber a minha dor, nem sequer perto! A única certeza que tenho neste momento? Morrer, querer M O R R E R. Sinceramente espero que um dia leiam isto, para perceberem (por muito pouco que seja) toda a dor e mágoa que me têm causado. Para tentarem perceber tudo o que me têm feito sofrer. Lembrem-se que, tal como eu, vocês também são pessoas, também são humanos. E, por isso mesmo, também têm telhados de vidro e como costumo dizer: D E U S  E S C R E V E  D I R E I T O  P O R  L I N H A S  T O R T A S. Mais uma coisa, lembrem-se que a vingança é um prato que se serve frio. Não quero o vosso mal, mesmo com tanto mal que me fazem, mas espero um dia conseguir fazer-vos o que me têm feito a mim. Ou então, dar a volta por cima e ainda me rir na vossa cara. Enfim, já não sei. Só gostava que acordassem para a vida e percebessem o quanto me deixam mal. Supostamente deveríamo-nos apoiar mutuamente, afinal esta vida não anda fácil desde que os pais se separaram. Mas parece que é precisamente o contrário. E é triste dizer isto, mas desde que o mano está connosco que tudo está pior. Porque, como já disse, ele só quer ver a mãe contra mim. E consegue sempre, só ela é que não percebe isso. O menino é de ouro: ninguém toca, ninguém diz nada, tem sempre razão, tem sempre apoio. Eu, Q U E  M E  F O D A! Quando morrer, morri. Ninguém vai sentir falta mesmo.
Pensem nisto. Sintam como se fosse com vocês, e lembrem-se: ninguém merece sofrer tanto, ninguém merece ser tratado assim. Podemos não ser felizes, mas pelo menos sorrir e rir com vontade. Transformar as lágrimas em gotas de força e coragem. Ser uma família unida!

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