sábado, 14 de maio de 2016

Frágil.


Olá querido avô.

Cheguei a casa, já fui com o Benny à rua e já estou fechada no meu quarto, a ver o dia desaparecer e chegar a noite. Acabo o dia com a alma destruída, o espírito triste e desanimado. Sei que hoje estiveste ao meu lado para não me deixar vergar, aliás, como tens estado sempre, e como, principalmente, tens estado nos últimos dias. 
Sempre me disseram que ao longo da vida terei que engolir muitos sapos, alguns já engoli, outros vou aprendendo. Quantos mais serão? É que custa. Somos maus porque fazemos e maus porque não fazemos. Não nascemos ensinados, e um papel escrito chamado "diploma" não compra humildade a ninguém. Acho até que, muitas pessoas a perdem quando ganham o dito "diploma". É triste, não é avô? São as minhas velhinhas que dia após dia me enchem o coração, os mimos do meu Benny sempre que chego a casa, o saber que estás a olhar por mim e que se estes são os dias menos bons, os melhores estarão por vir. Mas ainda demoram muito a chegar? Estou cansada de ser forte, de algumas vezes fingir. Estou cansada de meter um sorriso nos lábios como se a minha alma andasse sempre assim vestida.
É o meu quarto que me acolhe todos os dias, é a minha almofada que conhece as minhas mágoas e dores. É o Benny, o nosso quatro patas, que sem falar me compreende melhor que ninguém. És tu e ele que trago sempre comigo, são vocês dois que me dão a força e a coragem para me levantar no dia a seguir e o enfrentar. Não me deixam desistir, dão-me razão para lutar. 
Se estivesses aqui sei que todos os dias me pedirias calma, e que não me deixarias chorar como todos os dias tem sido sempre que chego a casa. É o meu desabafo, o lavar da alma. Está ferida, está frágil.
Isto vai passar, não vai? Continua comigo, por favor...

(Amanhã jogam o meu Benfica e o teu Sporting, estamos em pé de igualdade, mas lamento, os campeões seremos nós! Tri-campeões avô, tri-campeões!! Desculpa lá..)

Um beijo. *

Sem comentários:

Enviar um comentário