sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pai, onde andas tu?



"Às vezes cruzamo-nos no corredor e eu acendo a luz para te ver melhor. Jantamos juntos na noite de Natal porque senão até parecia mal. Deito-me sempre sem te ver chegar e quando acordo já foste trabalhar. Mudei de penteado e tu nem reparaste, chamei-te muita vez e tu nunca olhaste. Apesar de tudo não quero mais nenhum, és um pai fantasma, mas pai há só um..."


Afinal onde andas tu, pai?

Não recordo bons momentos contigo, não recordo ter uma fotografia onde nos encontramos juntos, não recordo uma prenda ou um gesto de carinho, não recordo boas conversas (...)

Recordo as discussões, as zangas, as lágrimas, as coisas más que dissemos um ao outro, recordo os dias, as semanas e os meses sem falarmos (...)

Pai, tu existes mesmo? E se existes, será que te posso mesmo chamar de pai?

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